sábado, dezembro 24, 2005

Porque amanhã já é NATAL

Pois é, amanha já é Natal por isso deixo aqui a minha lista actualizada das tarefas feitas:

Pintar a sala
Limpar as pintinhas de tinta do chão
Fixar os cortinados
Ir buscar as prateleiras de vidro para o móvel da sala
Comprar os suportes para as prateleiras de vidro
Comprar as tachas para fixar os puxadores da porta do móvel

Pintar os pés da mesa de preto
Dar Bountex nas cadeiras
Acabar de lixar e dar Bountex nas prateleiras para o roupeiro
Ir fazer as compras de supermercado

Arrumar a casa
Mudar o óleo do carro
Levar o gato à veterinária


Resumindo e concluindo: fiz quase tudo que tinha planeado. A operação de arrumar a casa, está a decorrer. Amanha à noite estará concluída.


Aproveito esta oportunidade, para vos deixar esta imagem, porque o importante no Natal não é aquilo que ele podia ser se… Mas sim, os momentos bons que passamos na companhia de quem gostamos. E mesmo quando não podemos ter todas as pessoas que gostaríamos à nossa volta, tal como no filme aparece sempre uma que salva o Natal… E só por ela tudo vale a pena… E este ano vou ter a companhia do meu mano e da minha madrezita e, por isso, estou muito feliz.



Por tudo isso e não só: DESEJO-VOS A TODOS UM FELIZ NATAL

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Porque faltam 4 dias para o Natal

O tempo é algo tão estranho, quanto temos muito passa devagarinho e nunca encontramos nada para fazer para aproveitá-lo, quanto menos temos mais depressa passa e mais coisas aparecem para fazer.

Pintar a sala
Limpar as pintinhas de tinta do chão
Fixar os cortinados
Ir buscar as prateleiras de vidro para o móvel da sala
Comprar os suportes para as prateleiras de vidro
Comprar as tachas para fixar os puxadores da porta do móvel

Pintar os pés da mesa de preto
Dar Bountex nas cadeiras
Acabar de lixar e dar Bountex nas prateleiras para o roupeiro
Ir fazer as compras de supermercado
Arrumar a casa

Em relação às cadeiras e às prateleiras, já dei as duas mãos de Bountex, agora só falta montar e dar a ultima demão de transcolor. Por isso está quase.

No entanto agora apareceram mais duas tarefas, a primeira é levar o carro à mudança de óleo e a segunda é levar o gato ao Veterinário que está com uma anemia.

Gostava de escrever mais… But I’m so tired, and not only physically speaking… e amanha começa o trabalhinho…

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Porque faltam 9 dias para o Natal

Cheguei à pouco do trabalhinho, hoje foi um daqueles dias em que me sinto acelerado, sinto-me um passo à frente das minhas acções. O que infelizmente se reflecte na minha escrita. Tenho que ler três e quatro vezes o que escrevo, como os meus dedos não conseguem acompanhar a velocidade do meu cérebro por vezes dou por falta de algumas palavras nas minhas frases.

Lá no trabalho hoje foram sorteados quem fica em casa nos feriados, resultado: trabalho véspera e dia de Natal além da véspera e dia de ano novo. Mas enfim, à partida vai ser um Natal diferente por isso também já não faz muita diferença estar a trabalhar ou não.

Aproveitei para passar uma vista de olhos pelos blog’s e constatei que já toda a gente escreveu a lista de Natal. Pois bem, faltam 9 dias para o Natal, eu também resolvi escrever a minha:


Pintar a sala
Limpar as pintinhas de tinta do chão
Fixar os cortinados
Ir buscar as prateleiras de vidro para o móvel da sala
Comprar os suportes para as prateleiras de vidro
Comprar as tachas para fixar os puxadores da porta do móvel
Pintar os pés da mesa de preto
Dar Bountex nas cadeiras
Acabar de lixar e dar Bountex nas prateleiras para o roupeiro
Ir fazer as compras de supermercado
Arrumar a casa

Pelo que já perceberam este Natal eu não quero presentes, quero uma casa acolhedora para receber a minha família numa ceia de Natal. Porque este Natal estou certo de que perdemos muito tempo á procura da nossa felicidade em objectos e relações furtivas e percebemos que a felicidade é feita dos momentos em que temos a companhia de quem gostamos.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Porque há dias em que me custa acreditar no que eu leio…

Estava eu na minha rotina matinal, e algures entre a estação do Areeiro e a da Alameda, fiquei literalmente de boca aberta com uma notícia que li no “Metro”.

Afinal de contas, com notícias destas, até custa acreditar que estamos no século XXI, ou melhor, até custa acreditar que certas pessoas realmente estão no século XXI.

«“Não foi por causa das suas convicções sobre contraceptivos que o Vaticano decidiu retirar Daniela Mercury do elenco, embora não estejam de acordo com as da Igreja Católica”, afirmou o padre Giuseppe Bellucci, organizador do espectáculo, esclarecendo que a cantora brasileira “foi excluída porque tinha anunciado que, durante o concerto, iria promover abertamente o uso de preservativos para combater a epidemia da sida”»

In: metro - segunda-feira, 5 de Dezembro de 2005

Será que há algum comentário que possa ser feito?

quinta-feira, novembro 24, 2005

Porque se há dias em que os clientes me dão cabo da cabeça, outros dias em que os meus colegas me deixam de boca aberta!

Hoje estava eu a chegar à porta do meu local de trabalho quando, com uma cara de super indignado, estava um colega meu agarrado ao telemóvel que se dirigiu para mim perguntando: "Colega, imagina quem foi despedido hoje?" ao que eu respondi: "Quem?". Admito que não foi das melhores saídas, afinal de contas, era ele que apesar de estar no horário laboral estava à porta e pela cara que estava a fazer não deixava margem para duvidas. Foi então que ele começou a relatar o sucedido: "Colega, olha eu hoje atendi uma chamada no XXXX (Nº do Serviço de Envio SMS Confidenciais) em que o cliente começou a disparatar! Chamou-me p#n$l$/ro! Então eu mandei-lhe uma sms pelo XXXX!". E eu, num dos meus profundos momentos de ignorância, ainda o questionei: "Mas então que fizes-te de mal? Envias-te a sms como o cliente mandou! Eles implicaram contigo pelo conteúdo da sms?", ao que ele respondeu prontamente: "Colega, claro que não! Eu não mandei a sms que ele pediu. Eu mandei uma sms minha para ele pelo serviço, a responder-lhe à letra! O gajo telefonou para cá a reclamar, reportaram à qualidade e eu fui despedido! Achas normal?".
Seu eu acho normal? Fousgase! Claro que não acho normal! Quem é que a exercer uma função: num cargo temporário, numa empresa de telecomunicações em que sabemos com que facilidade temos acesso a este tipo de informação (quem enviou a sms) vai enviar uma sms a chamar p#n$l$/ro a um cliente?

terça-feira, novembro 22, 2005

Porque há dias em que eu descubro que não sei o que quero…

Durante anos tentei transparecer a ideia de que já era um adulto… Mas foi preciso eu crescer, ou pelo menos descobrir de que já tinha crescido, para perceber que quero ser pequenino outra vez… Para procurar novas formas de aparentar mais novo…

sábado, novembro 19, 2005

Porque há dias em que os meus neurónios entram em conflito #2 ...

Isto de andarmos de comboio e metro tem muito que se lhe diga, ainda hoje de manha entrei no metro, olhei para a pessoa que ia à minha frente e ouvi o meu neurónio loiro a pensar:
“Olhalhá! Nice Ass! A Fertagus está cada dia mais bem frequentada!”

Ao que o meu neurónio, à velocidade da luz, respondeu logo:
“Aposto que quando passou por ti a opinião dessa mesma pessoa foi mais do estilo: Que horror! A cada dia que passa a Fertagus está a ser frequentada por gente mais estranha! Tenho que começar a vir de barco!”

sexta-feira, novembro 18, 2005

Porque há dias em que tenho ideias brilhantes...

Hoje, como costumo fazer, ao entrar na estação de comboio passo pelo distribuidor de jornais e levo o meu “Destak”. Como ainda faltavam perto de 10min até o próximo comboio deu para dar uma vista de olhos geral pelo jornal. Então, entre a notícia de um beijo gay na novela da noite e uma outra sobre os chocolates que a Madonna comeu quando esteve em Portugal, pude ler o meu horóscopo:

“Saúde: Agasalhe-se devidamente porque vai estar um dia frio.”

Lógico que o meu neurónio, num expoente máximo de altruísmo, lembrou-se logo que alguém devia enviar um e-mail para os jornais da Africa Central, não fossem os Sagitários desses países sair de casa em calções e serem apanhados desprevenidos.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Porque há dias em que fico sem perceber #1...

Já por várias vezes que perante a exposição da situação por parte do cliente, eu peço para que o mesmo, por uma questão de confirmação de dados, me indique o numero de contribuinte. Ao que ele me responde da seguinte maneira:

“-Não tenho aqui. Pode esperar enquanto eu vou buscar?
-Claro que sim! Esteja à vontade!
-Então espere só um pouco.”

E depois de terminar, oiço o cliente poisar o telemóvel e depois fico a ouvir os paços dos clientes a afastarem-se e passado alguns instantes a aproximarem-se.

O que me deixa sempre a pensar. Se o cliente está a ligar de um telemóvel, porque será que ele não leva o telemóvel? Será que os clientes só ligam quando não têm bateria? Fico sempre com a impressão que a rede fixa causou danos irreparáveis na mentalidade portuguesa.

Por favor vamos ser práticos, da próxima vez que ligar para o apoio ao cliente e tivermos que ir buscar algum documento, vamos levar o telemóvel connosco.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Porque há dias em que os meus neurónios entram em conflito #1 ...

Isto de termos dois neurónios tem muito que se lhe diga, ainda para mais quando um deles deve ser loiro e outro moreno. Imaginem que hoje de manhã, antes de sair de casa, os meus dois neurónios entraram e conflito e num espaço de tempo de 1seg ouvi esta conversa na minha cabeça:

Neurónio Moreno: Esta mania de usar os óculos de sol está-se a tornar um pouco viciante.
Neurónio Loiro: Lá estás tu com as tuas manias. São vinte para as oito da manha, acordas-te há pouco tempo, não tens cortinas é normal estares a usares óculos por causa da claridade.
Neurónio Moreno: Antes de mais nós ainda não saímos de casa e se tiveste de ligar a luz é sinal que a claridade não é assim tanta. Já para não falar que nós não estamos a usar óculos, simplesmente pusemos na cabeça.
Neurónio Loiro: Deixa de ser assim tão certinho. Assim pelo menos temos a certeza que não nos esquecemos deles quando sairmos de casa.
Neurónio Moreno: Ok! Eu já não digo mais nada. Mas vê se amanha te lembras pelo menos de os tirar antes de entrar para a banheira, que eu não consigo lavar a cabeça com os óculos lá!

E foi isto que aconteceu… Pelo sim, pelo não, tirei os óculos e poisei no bordo da banheira... E já imagino o que devem estar a pensar… “Este miúdo está a precisar rapidamente de ir a um psiquiatra…

segunda-feira, novembro 14, 2005

Porque há dias em que os testes batem certo...

You Are 30 Years Old

Under 12: You are a kid at heart. You still have an optimistic life view - and you look at the world with awe.

13-19: You are a teenager at heart. You question authority and are still trying to find your place in this world.

20-29: You are a twentysomething at heart. You feel excited about what's to come... love, work, and new experiences.

30-39: You are a thirtysomething at heart. You've had a taste of success and true love, but you want more!

40+: You are a mature adult. You've been through most of the ups and downs of life already. Now you get to sit back and relax.

domingo, novembro 13, 2005

Porque há dias em que recebemos os resultados das nossas avaliações…

Quando o meu supervisor me disse: “No final da chamada mete código 3 e vai ter comigo.” fiquei assustado, o meu nível cardíaco aumentou, o meu cérebro entrou no red line e infelizmente esqueci-me do que o cliente me tinha pedido, nada que não se contornasse.

Em menos de dois minutos já estava com o meu supervisor, que já tinha as folhas da avaliação na mão, quando ele me disse para irmos para uma sala de reunião, juro que me passou pela cabeça que ia ser despedido. Afinal de contas, toda a gente sabe que a sala de reunião é a sala do castigo.

No entanto, depois de já estarmos sentados, ele deu-me a folha com o resultado das avaliações, 75%, e disse-me que eu o tinha surpreendido pela positiva. Não por ser trabalhador pois isso ele foi-se apercebendo ao conhecer-me melhor mas, por ter muito pouco tempo de casa. No entanto, e a nível de planos de melhoramento, disse-me que tenho que deixar de falar numa voz monocórdica. Acrescentando ainda que para controlar o tom de voz tenho que trabalhar na minha autoconfiança, porque segundo o que ele ouviu, quanto mais a situação me deixa pouco à vontade, mais monocórdica a minha voz se torna.

No entanto, e apesar de ter ouvido mais alguns elogios e também outras dicas para melhorar, para alguém que entrou naquela sala em pânico a pensar que ia ser dispensado, pedir para se tornar mais seguro é sem duvida o mais complicado dos pedidos.

Sinto-me inseguro em relação ao meu trabalho, em relação à minha escola, em relação à minha vida em geral, afinal de contas se perdi uma das coisas em que me sentia mais seguro na minha vida perdia de um momento para o outro sem sequer ter tempo para me aperceber do que se estava a passar qual é a garantia que tenho em como as outras situações estão seguras.

sexta-feira, novembro 11, 2005

segunda-feira, novembro 07, 2005

Porque há dias em que precisamos de mudar

Porque eu não vejo todos os dias as mesmas caras...
Porque eu não acordo todos os dias bem disposto...
Porque eu não oiço todos os dias as mesmas musicas...
Porque eu não leio todos os dias os mesmos livros...
Porque eu não escrevo todos os dias da mesma maneira...
Porque eu não venho todos os dias pela mesma estrada...

Porque não há dias iguais... Também o meu blog ficou diferente...

Fico à espera de comentários

domingo, novembro 06, 2005

Porque há dias em que não são os clientes a dizer as asneiras

- Eu não consigo enviar sms. Dá sempre “Falha no envio”!
- Senhora X, já verificou se o número do centro de mensagens está bem configurado?
- Não. Como é que eu faço isso?
- Qual é o equipamento que está a utilizar?
- Diga…
- Qual é o telemóvel que está a utilizar?
- Diga…
( No limiar da minha paciência infinita)
- Senhora X, qual é a marca e o modelo do telemóvel que está a utilizar?
- Philips Diga.
- ( Ups, já disse merda! ) Exactamente, senhora X, pode aguardar enquanto eu verifico como podemos aceder à configuração do centro de mensagens?

Porque há dias em que não sabemos o que responder

- Boa tarde! Eu queria saber a quem pertence um número 96 que tenho aqui.
- Senhor X, para obter essa informação tem que ligar para a Lista Telefónica da TMN marcando o 1896.
- 1896?
- Exacto senhor X, 1896.
- Está bem! E já agora, marco primeiro o 18 ou o 96?
(Depois de uns breves segundos em silencio, durante os quais eu tentei perceber se o cliente estava a gozar comigo)
- Senhor X, talvez seja melhor marcar o 18 e depois o 96. (Quer dizer, digo eu!)

sexta-feira, outubro 14, 2005

Porque há dias em que não sabemos em que havemos de pensar

Now I wish I could writhe something, not because I wish that someone could read me, but just because I wish that my mind could have some conclusion. In this moment my mind it’s like a new TV set in the hands of a little boy, zapping between posts, to fast to understand any thing, too slow to run away from reality.

I’m thinking about my live, when I was at the 12º grade, with my friends and my family and I feel sad because I miss it and I know that I will never more have it back. But then again I’m thinking about my dream with my father, so real but so strange, and I feel anxious because I saw him so near but I know he's so far. But then again I’m thinking about my school changing and I feel afraid to fail. But then again I thinking about my father and all this story about his death and I feel angry, it just don’t make any sense, if I don’t ever see him appear in my live why do I have to see him disappear? But then again I’m thinking about my mother alone, sad and with so many problems and I feel useless. And then again I thinking about my friends and the way I talk to them and I feel boring. But then again… I stop thinking for a few second’s… I look around, I see so many people, and I feel lonely.

I arrive to a time when I know that I’m strong but I feel weak, when I don’t do almost nothing but I feel tired… when I know I’m smart but I don’t understand anything.

Like someone said: there’s a time in live that we have to face changings… changings that we never thought that could had happen yesterday… There's a time in live that we have to say goodbye to those who were always next to us… There’s a time in live that we wish to give up everything, and just stay quiet and alone but we have to face our afraid. And these times arrive for me.

I don’t need that person have peaty of me because I believe that in nature everything is in equilibrium. So if this is happening to me it mean’s that I can handle it.

In this moment I can feel weak and happy for the past I had, sad for the present I’m living, but I feel that I will, one of these days, wake stronger than ever for the future. Like once my brother said:

“Aquilo que na vida não nos mata, torna-nos mais fortes.”

terça-feira, outubro 11, 2005

Porque há dias em que fazemos uma grande descoberta

Não há palavras para descrever... Simplesmente enjoy-it

sábado, outubro 08, 2005

Porque há dias em que não queremos acreditar no que ouvimos

Deixo-vos mais um pouco de uma conversa que tive com um cliente ontem:
-É que eu comprei este cartão à uma data de tempo e perdi o PIN e o PUK, podias-me dizer quais são?
-Com certeza senhor "X". No entanto é necessário confirmar-me algum dado. Pode me indicar por favor o seu numero de contribuinte?
-Numero de contribuinte? Eu aqui só tenho dois cartões: o de utente ou o dos impostos. Algum serve?

Mais um génio.. Só é pena não continuar adormecido, dentro de uma lampada, durante mais 1000 anos!

terça-feira, outubro 04, 2005

Porque há dias em que temos de nos despedir das pessoas de quem amamos

«A morte não é nada. Só me esgueirei para a sala ao lado. Eu sou eu e tu és tu.

O que fomos um para o outro, ainda o somos.



Trata-me pelo meu nome velho e familiar e fala comigo da maneira simples que sempre falaste; não uses um tom diferente; não ponhas um ar forçado de solenidade ou pesar; ri, como sempre rimos com aquelas pequenas anedotas que nos divertiam aos dois; reza, sorri, pensa em mim, reza por mim; deixa que o meu nome continue a ser referência que sempre foi; deixa que ele seja dito sem dramatismo, sem o traço de uma sombra.

A vida significa o que sempre significou; é igual ao que sempre foi; há uma continuidade interrompida. Por que é que eu tenho de estar longe do coração, só por estar longe de vista? Estou à tua espera, durante um intervalo, algures aqui muito perto - logo ao virar da esquina. Está tudo bem.»
Anónimo

segunda-feira, setembro 05, 2005

Porque há dias em que não me apetece ouvir:“Dance... Dance… Like I was sixteen…”

“Dance... Dance… Like I was sixteen…”

Enquanto o meu supervisor deixa-me um pouco em hold a ouvir David Fonseca, aproveito para começar a escrever um novo post.

Deste o ultimo post’s que tenho recebido algumas queixas. Houve quem me chama-se à atenção que já algum tempo que eu não publicava nada, outra pessoa chamou-me à atenção para o facto de eu não estar a conseguir transmitir a agressividade com que os clientes nos falam, e outras houve que apresentaram a sua reclamação no âmbito de um qualquer assunto que está a ser analisado. Então o que se passa é o seguinte, antes de mais lamento muito mas depois de passar seis horas por dia a olhar para um monitor de 15’’ quando chego a casa, apesar do vicio obrigar-me a ligar o msn e a ir ver os mail’s lamento mas a vontade de me sentar a escrever não é muita. Em relação ao facto de não conseguir transmitir a agressividade dos clientes deve-se ao cansaço e à indiferença que começa a crescer em mim. Na primeira vez que um cliente me chamou burro ou filho da puta eu admito que fiquei muito preocupado porque não consegui satisfazer os desejos do cliente, hoje em dia quando me chamam algo parecido, e começo a achar que esses clientes não pretendem resolver os seus problemas, o objectivo dos seus contactos é mesmo só para aliviar o stress.

Há que pensar no serviço de apoio ao cliente como um serviço de terapia Zen. As pessoas podem ligar, fazer perguntas ou exigências parvas e quando o assistente responder que não… Chamam-lhe cabrão, drogado, burro, etc. Os pontos positivos desta terapia são, em primeiro lugar, (e aproveitando as palavras de uma cliente que atendi ontem) “[os assitentes] não são pagos para responder, são pagos para ouvir e calar” e, em segundo lugar, mesmo que um assistente perca a paciência, o facto de estar do outro lado da linha faz com que seja uma interacção segura.

Mas, aproveitando o post, vou vos contar a ultima:

Atendi hoje eu um cliente que muito aborrecido com a operadora, não percebia porque não conseguia carregar o telemóvel. De acordo com o nosso processo, dei inicio ao despiste:
-Senhor X, pode-me indicar como é que está a proceder ao pagamento?
(Antes de mais há que saber se o cliente está a efectuar um carregamento pelo método dos pagamentos de serviços ou pelos pagamentos de telemóveis)
-Mas você acha que eu não sei fazer um carregamento? Eu já tenho o meu telemóvel á muito tempo e sou eu sempre a fazer os carregamentos. O problema é que vocês só sabem arranjar desculpas de merda para os telemóveis nunca estarem a funcionar.
-Senhor X, lamento a situação, mas preciso que me indique como está a fazer o pagamento para perceber qual o erro e o mesmo poder ser corrigido.
-Mas se quer saber o erro veja no seu computador. Não é para isso que você tem um computador? Eu só quero que me deixem carregar o meu telemóvel.
(Tendo em conta que o cliente estava muito enervado mudei de pergunta para não piorar a situação e mais tarde reformulava a questão da metodologia)
-Senhor X, pode-me indicar qual é o erro que está a aparecer quando tenta efectuar o pagamento?
-Ai o caralho! Foda-se! Diz “O seu saldo não lhe permite efectuar esta operação”
-Senhor X, lamento, mas o problema está relacionado com o seu saldo bancário, tem que contactar é o banco.
-Foda-se! Agora a culpa é do banco. Caralho! É que vocês têm uma lata! Qualquer dia mudo para outra rede, estou farto das vossas merdas.
(E após este comentário de génio, desligou-me a chamada.)

domingo, agosto 28, 2005

Porque há dias em que pensam que eu estou a mentir

Ainda hoje estava um colega meu a contar-me um caso de um cliente que atendeu: "Telefonaram para aqui. Eu atendi e perguntaram se a chamada estava a ser taxada. Eu respondi que sim, a cliente diz então "Ahh! Está bem!" e desligou-me a chamada na cara.É que isto não é normal. Uma pessoa sai daqui com cada história que os meus amigos, lá fora, pensam que eu estou a mentir!".

Simplesmente não pude deixar de compreender o que ele estava a dizer e concordar a 100%.

E para perceberem melhor aquilo que passamos atrás desta consola, aqui vai mais um exemplo de uma chamada. Nesta chamada estive 26 minutos e 32 segundos para auxiliar um cliente a preencher um contrato do serviço telefónico móvel.

Para aqueles que não conhecem, trata-se de um formulário dividido em alguns grupos de campos a preencher, sendo três grupos de preenchimento obrigatório. O grupo dos "Dados do cliente", do "serviço Telefónico Móvel" e "Assinatura".

O cliente então contactou-nos e pediu se podia ajudá-lo a preencher o contrato, eu pedi para aguardar enquanto ia buscar um impresso para poder mais facilmente o ajudar. Depois de ter o formulário pedi ao cliente para me indicar quais eram as suas dúvidas, ao que o cliente me respondeu: "Então vamos começar a escrever.", ao ouvir estas palavras eu senti a minha vida a andar para trás. Mas as coisas ainda estavam a aquecer.

O cliente colocou então a sua primeira questão: "Isto diz nome completo e tem muitos quadradinhos, tenho que escrever o nome todo?". Apesar de a vontade de lhe responder: “O que é que te parece?”, disse-lhe apenas que sim. Logo depois o cliente pergunta logo: “Isto tem muitos quadradinhos, posso escrever no meio?”, eu não percebi a pergunta e sinceramente até tenho medo de a perceber, sendo então que me limitei a responder que “Escreva uma letra em cada quadradinho.”.

E após responder, que sim, a umas quantas perguntas do estilo: “Aqui onde diz N.º de Contribuinte, escrevo o número de contribuinte?” considerando na minha ignorância que a situação não podia piorar quando, o rapaz me faz a seguinte pergunta: “Aqui onde tem: sexo, que é que eu faço, só tem dois quadradinhos, um com M e outro com F?”. Lamento, mas não tive coragem de explicar ao cliente, sinceramente disse ao cliente para deixar em branco e passar à pergunta seguinte. Afinal de contas, temos que admitir que é uma pergunta redundante, basta ler o nome e temos acesso a essa informação.

“Manuel e o que é que eu escrevo a seguir? Diz assim: «Indique o barra ‘s’ barra seu barra ‘s’ barra»”. Ao que eu, interrompi imediatamente, para lhe pedir para passar ao campo seguinte antes de entrar num ataque de pânico. Só para esclarecer, o “o barra ‘s’ barra seu barra ‘s’ barra”, não é mais que “o (s) seu (s)”.
Enfim, esta situação, que vos pode parecer engraçada acreditem que para quem está a explicar é traumatizante. Por isso vou-vos poupar o último grupo de campos relativos à assinatura.

Só para terminar, quando o cliente me disse que nasceu em 1981, deu-me vontade de chorar. Como é que alguém com a minha idade consegue ser capaz de fazer este tipo de perguntas? Por favor, uma coisa é não ter oportunidade de aprender, outra é não saber preencher um formulário.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Porque há dias em que tenho que soletrar "E-X-T-R-A"

Recebi eu um telefonema de uma cliente que queria a todo o custo apresentar uma reclamação porque um dos nossos serviços não funcionava, quando eu iniciei o procedimento de despiste para descobrir a razão que poderia estar a originar o erro:
-Senhora X. Pode me indicar como efectuou o pedido do serviço?
-Mas não há ninguém efeciente que me atenda? Então é assim senhor Manuel, vocês tem um serviço que quando uma pessoa envia uma sms para com o texto Extra para o XYZ, recebemos um crédito de 2,5€. Percebeu, ou ficou com alguma duvida?
-Exactamente senhora X. E pode me indicar como é que escreveu o texto da sms? (Note-se que o objectivo desta questão era saber se a cliente estava a utilizar maiuscula para a primeira letra e minusculas para as restantes)
-Fantástico, além de ter de explicar os serviços da empresa agora ainda vou ter que lhe dar aulas de primária? Senhor Manuel, não há ninguém efeciente para me atender?
-Senhora X, pode me indicar como é escreveu o texto?
- "E" depois um "S" depois um "T" seguido de um "R" e um "A"! Quer que eu soletre mais devagar para conseguir escrever?

terça-feira, agosto 16, 2005

Porque há dias em que as palavras mais acertadas, já foram ditas pelos meus amigos

Apesar do meu dia ter sido muito pouco produtivo, foi necessário para repor o meu sono! Decidi então dar uma arrumação em casa. Mas a preguiça não me deixou fazer nada de útil e então aproveitei para fazer as arrumações, por aqui, na minha casa “virtual”.

Antes de mais gostaria de fazer referência a uns post’s de uns amigos meus que estão fantásticos. O primeiro, do Phoebus Lazurd, que além de amigo é colega de trabalho e quando li este post… Adorei! Estiveste bem!!
“dizem que há uma crise..
mas pq é q neste país em crise toda a merda de puto tem a merda de um tlm novo? e geralmente desconfigurado!”


O segundo é do alinghiboy que simplesmente, com toda a sabedoria disse:
"preocupamo-nos mais com quem vamos ser felizes, do que com apenas sê-lo!"
Muito bem! E para quem quiser ler o resto do post, clique aqui.

At last but not least aproveito a oportunidade para vos apresentar dois novos amigos: o Vivências que para o conhecerem melhor podem visitar o blog dele aqui, e o Ck que apesar de ter um blog ainda está em construção mas deixo aqui o photoblog (highly recommended).

quinta-feira, agosto 11, 2005

Aviso para uma correcta utilização. 11-08-05

Por razões que devem compreender não vou ser capaz de reproduzir o sotque do cliente por isso resta-me relatar-vos o sucedido e demonstrar-vos mais uma das desvantagens da insularidade.
Antes de inciar o dialogo permitam-me que vos chame à atenção para o facto de o cliente ser originalmente da cidade de Rabo de Peixe, nos Açores. Então o que aconteceu foi o seguinte, atendi eu o telfone e do outro lado uma voz bastante aborrecida:
"-Eu telefonei para ai à pouco e falei com uma colega sua para me dar o número do centro de mensagens e a sua colega alterou-me o tarifário com as mensagens.
-Peço desculpa, senhor X mas pode repetir, não percebi."
Foi necessário o cliente repetir várias vezes para eu conseguir perceber o que ele queria dizer, por isso aqui vai um aviso para uma correcta utilização:Se tem uma pronuncia acentuada, por favor, tente falar calmamente e pausadamente para que o assistente consiga compreender o objectivo do contacto e desta forma não ocorrer situações semelhantes.

terça-feira, agosto 02, 2005

What a Fu... 30-07-05

-Já estou a ficar farto das vossas incompetências. Já fiz dois carregamentos no telemóvel da minha filha e ela continua sem conseguir fazer telefonemas. Se não arranjam isto atiro o telemóvel à parede.
-Senhor X, pode aguardar um momento enquanto eu verifico o que se está a passar?
-Despache-se que eu estou a perder a paciência.
-Tentarei ser o mais breve possível. Pode aguardar, por favor?
-Sim.
(Passado alguns minutos)
-Senhor X, pode me indicar se por acaso esteve no estrangeiro recentemente? Em Espanha para ser mais especifico?
-Sim, mas o que é que isso tem a ver a minha filha não conseguir fazer chamadas?
-Senhor X, tem conhecimento que a promoção das 1500 sms grátis por semana não abrange as sms enviadas em Roaming.
-O que é que o senhor quer dizer com isso?
-Senhor X, neste momento tem um saldo devedor à nossa empresa de 592,03€ de cerca de 1400 sms enviadas em Roaming na semana passada.
(Depois de um silêncio constrangedor)
-Senhor X!
-Sim…
-Posso ajudá-lo em mais alguma questão?
-O quê?
-Senhor X, posso ajudá-lo em mais alguma questão?
-Não. Não. Deixe estar…

Real Joke 16-05-05

- Estou a ligar porque a vossa operadora é uma porcaria, andam a enganar os clientes. Por acaso hoje estive sentado a ver a factura e vocês roubam os clientes de uma maneira vergonhosa.
- Senhor X, pode me indicar em que página da factura é que verificou o erro?
- Tem vários erros, as somas estão todas mal feitas. Repare logo na página 3! Por exemplo, na linha 29, temos 44min e 40seg mais 1min e 30seg dá 45min e 70seg e vocês cobraram 46min e 10seg. E não diga que está errado porque eu até fiz na calculadora.
E depois de ouvir isto... No comment's..

“Boa noite. Estás a falar com Manuel Mendonça. Como estás?”

Depois de alguns meses sem dar sinal de vida, aqui estou eu a publicar um novo post. Antes de começar a falar-vos da minha nova actividade gostaria de justificar a razão da minha ausência mas, na verdade, a mesma deveu-se a uma combinação de tantos factores que nem eu vos sei explicar. No entanto e para todos os que visitaram o meu blog, à procura de novidades, o meu mais sincero pedido de desculpas e prometo não me voltar a ausentar durante tanto tempo.

Em relação a novidades, tenho a dizer-vos que iniciei recentemente (deste à três semanas) uma nova actividade na minha vida, tornei-me um assistente de um call center. As vantagens deste trabalho passam por ter um horário muito bom, não ganharmos mal e conhecermos pessoas novas. Inicialmente pensei que o maior obstáculo que ia encontrar passava pelo meu papel no diálogo, isto é, tinha que deixar de ser o elemento passivo do diálogo e tornar-me no elemento condutor. Mas mais recentemente descobri que com este trabalho vou ter que me tornar objectivo, ou seja, tenho que perder a hábito de estar com rodeios a fugir do cerne dos assuntos com medo de magoar as pessoas, ou simplesmente errar.

Como qualquer novato, assumi o meu novo cargo com muita arrogância e utopia, mas não foi preciso muito tempo para levar a minha primeira lição e reaprender a ser humilde.

Quando concorri para o emprego pensei: “ Sou um engenheiro! Caraças, não acredito que ser operador de call center possa ser assim tão complicado.”. Durante a formação adquiri todos os conhecimentos técnicos para pesquisar a metodologia de resolução de um problema. Mas no entanto durante estas semanas aprendi que não serve de nada ter o conhecimento se não soubermos compreender as perguntas que nos colocam e se não soubermos como responder de forma à outra pessoa compreender.

terça-feira, abril 05, 2005

Dia 5 de Abril

Hoje é o aniversário do meu mano. Não podia deixar passar a oportunidade de lhe desejar muitas felicidades e que os seus sonhos se tornem realidade. Para os interessados podem visitar os blog’s dele aqui e aqui.

Além disto, faz hoje um ano que eu comecei o meu estágio. Um estágio que me encheu de esperanças e que no fim resultou numa carta de recomendação.
Durante a entrevista de admissão eu fui avisado de que o objectivo do estágio era executar uma actualização e que depois não existia grande probabilidade de eu ficar na empresa. Mas, depois de três meses, em que nos esforçamos para dar o nosso melhor, em que não olhamos para o relógio sem o trabalho estar concluído, em que vimos a nossa vida sentimental passar para segundo plano, chegar ao fim e reconhecerem o nosso empenho não é suficiente. Por uma vez na vida senti-me que estava a contribuir para alguma coisa, a ser produtivo e via as pessoas contentes com o meu trabalho, elogiavam o meu empenho, confiavam em mim. Parecia um sonho: um local de trabalho ideal, funções que eu adorava, um ambiente jovem e dinâmico, uma empresa actual, a minha secretária, o meu computador, os meus colegas que me confiavam algumas das suas tarefas… Mas como todos os sonhos acabam. Acabou e deixou marcas. Quando sai, não me despedi de toda a gente, não tive tempo, não tive coragem. Despedi-me do orientador e de um outro colega que entrou mais tarde que só me disse: “Mas o director não falou contigo para ficares?”. Eu respondi com um sorriso. Depois fugi para o carro, conduzi 800 metros, encostei numa berma e chorei. Chorei por um emprego que não consegui, chorei porque achei que não tinha sido suficientemente bom para merecer o lugar…
Hoje, um ano depois, com a cabeça fria, e uma lágrima no canto do olho, sei que chorei simplesmente por ter acordado de um sonho. Mas, olhando para trás, tenho a certeza que aquelas lágrimas foram o preço que eu paguei para crescer. Para ficar mais forte e perceber que o nosso empenho é necessário mas não suficiente para agarrarmos os nossos sonhos.
My little office...

Back to service...

Pois é, depois de mais de duas semanas de férias do blog, voltei. E voltei porque senti falta destes momentos de introspecção. Voltei porque este blog contribui para organizar as minhas ideias e consequentemente para atingir o meu equilíbrio.

Mudando um pouco de assunto, no último post que publiquei lancei um desafio para participarem na escolha do novo background do Blog. E depois de contabilizados os votos, sem ser necessário manipulá-los, “o povo” decidiu-se por manter o background. A votação está concluída e quero agradecer a todos os que participaram.

quarta-feira, março 16, 2005

Sondagem

Estamos em fase de remodelação de imagem. E como o assunto do momento é as eleições que passaram e as autárquicas que se aproximam, gostaria de vos desafiar a dar a vossa opinião. Por isso deixem um comentário ou digam qualquer coisa pelo msn para me ajudarem a escolher o novo visual.

A opção 1 é:













A opção 2 é a seguinte foto:


Descobri uns novos blog’s interessantes. Por isso a lista de bog’s também foi actualizada.

sábado, março 12, 2005

Nova filosofia de vida

Já passou algum tempo deste a ultima vez que eu publiquei um post. Esta última semana tem sido muito confusa. Por um lado tenho vivido as situações muito intensamente mas por outro sinto-me amarrado e perdido. São perto das três da manha e eu não consigo adormecer, o estômago anda às voltas, o peito parece ser pequeno para receber o ar que eu preciso para respirar, os músculos do pescoço e dos ombros estão tão tensos que, até o facto da almofada ser fofa e deixar a cabeça ligeiramente inclinada, ficam doridos, o meus neurónios estão a trabalhar no red-line e tudo isto porque um sentimento de ansiedade está a tomar conta de mim.

No dia dez deste mês fez dois meses que eu regressei da Madeira e que eu iniciei este blog, com um post que só veio a ser publicado a trinta de Janeiro, e que fazia referência às minhas resoluções para os primeiros meses do ano. Chega a altura de reflexão. Recapitulando, as minhas resoluções foram: controlar as contas, manter a casa arrumada, comer mais vezes em casa, controlar o tempo que passo na internet e manter este blog. Estou contente porque consegui atingir os meus objectivos, com excepção da parte referente a manter a casa arrumada. E acreditem que não foi por falta de arrumação mas com obras em curso e com a minha cabeça a duzentos à hora é impossível eu manter a casa arrumada.

Para este segundo perido bimestral do ano, as minhas resoluções passam, antes de mais, por continuar a cumprir as resoluções do primeiro trimestre, continuar a praticar exercício físico (aumentando a intensidade) e manter a minha cabeça ocupada. Não gosto de objectivos a longo prazo, são mais fazeis de fazer e mais fazeis de esquecer. No início do ano quando aqui cheguei vinha cheio de certezas, neste momento, estou cheio de incertezas. Ando à procura de trabalho e estou a pensar em mudar de escola. Não quando vou começar a trabalhar, não sei onde, não sei com que horário, não sei para que escola quero ir, não sei se vão aceitar a minha candidatura, etc.. A minha vida está prestes a sofrer uma grande mudança.

Mas perder tempo a pensar no assunto não me vai ajudar em nada. Por isso decidi que vou fazer tudo para manter a cabeça ocupada, o corpo em movimento e o espírito feliz. Já iniciei um novo projecto de remodelação e estou a tentar terminar as obras na casa de banho. A minha casa já parece as filmagens do “Querido mudei a casa!”. Em paralelo tenho feito algum exercício físico para manter uma cabeça insana num corpo são. E por fim, mas não menos importante, estou com intenções de me inscrever num curso de “Escrita Criativa” e tentar realizar um sonho de criança. Imaginem que até voltei a utilizar o meu caderno de capa preta.

A minha filosofia de vida neste momento é: “Já que não posso fazer nada para alterar a minha situação então vou fazer tudo para vivê-la em grande estilo.”

domingo, março 06, 2005

Louco Por Saias

Ramster, Jonh – Edições Asa

Esta obra relata a vida de Simon. Um homossexual, à beira do seu trigésimo primeiro aniversário, cuja vida amorosa sempre se revelou desastrosa devida ao facto da sua tendência obsessiva para se apaixonar pelos seus melhores amigos que são heterossexuais. Mas, com a proximidade do seu aniversário, a confusão instala-se quando Simon começa a sentir-se atraído por uma mulher. Após a hesitação inicial, a personagem toma a grande decisão decidindo assumir a heterossexualidade perante o grupo de amigos e assumindo uma relação com a mulher que amava. Mas ainda não seria com esta relação que a nossa personagem teria o seu final feliz. Depois de muitos encontros e desencontros, depois de imensas confusões Simon acaba por se apaixonar e por se comprometer com a mulher que o faria muito feliz dando um filho mas, essa não era de forma alguma, a mulher que ele alguma vez pensou ser a certa para ele.

O autor, durante toda a história, consegue prender a atenção do leitor, através de uma trama envolvente, mas sempre de uma forma descontraída e divertida. A obra é marcante acima de tudo pela visão despreconceituosa de uma vida e pelo humor discreto mas inteligente. Deixo algumas das críticas que o livro recebeu:

«Um romance que desafia as regras»

The Times

«Tão neurótico e obcecado como Woody Allen»

Independent on Sunday

«Uma pedrada no charco do politicamente correcto»

Evening Standard

E agora algumas citações da obra para abrir o apetite:

«A maior parte das pessoas ilude-se, pensando que está a jogar à Fidelidade, quando na realidade está a jogar à Monogamia em série, um simples jogo de damas quando comparado com o jogo de xadrez. […]
a) Dorme-se com uma de cada vez.
b) Iludimo-nos, pensando que estamos apaixonados.
c) Convencemo-nos de que queremos ficar com elas para sempre.»

« - Quanto tempo andas-te com ela? - perguntei.
- O costume. Um par de noites. Lembro-me de acordar na segunda noite a pensar «Estou apaixonado», mas ela acordou e disse-me: «Vou emigrar para a Nova Zelândia».
Desatei a rir. O Collum pareceu ofendido e o Patrick olhou-me com reprovação, bebeu o fino de trago e deu uma palmada no ombro do Callum, dizendo-lhe para o consular: - Ena, essa foi lixada, Cal, lamento.»

sexta-feira, março 04, 2005

Just part of growing up II

Ontem, estava eu no meu momento cibernético, quando um amigo meu avisou-me para eu não o aborrecer depois de ler o post novo que publicara. A princípio não percebi que queria dizer com aquilo mas, para esclarecer duvidas, nada melhor que ler o que o rapaz tinha escrito.

Depois de ler e reler o texto e ainda com um certo receio de interpretar de forma errada o que ele quis dizer não posso deixar de reflectir sobre o assunto. E apesar de compreender a desilusão que ele está a sentir aceito o fenómeno como algo natural nos dias que correm.

Hoje, do topo dos meus 23 anos, olho para a minha vida e orgulho-me. Apesar de não ter uma grande quantidade de conhecidos e não ter uma vida social agitada, sempre consegui ter grandes amigos à minha volta. Considero-me uma pessoa muito feliz porque pude apoiar as pessoas de quem eu gosto e, nos meus momentos de fragilidade, também me senti apoiado. Mas, como considero normal acontecer, a maior parte das cumplicidades, que fazem parte do meu passado, hoje não são mais que boas recordações. O tempo passa, os lugares transformam-se, as pessoas evoluem, as mentalidades mudam e novos desafios são-nos propostos. Aqueles que foram um dia os meus grandes amigos, hoje são recordações associadas a fragmentos de informação que vou recolhendo. Sei onde moram, sei o que fazem e sei mais alguns pormenores das suas vidas mas mesmo estas informações por vezes ficam desactualizadas devido aos longos períodos que passam sem conversarmos. Mas não deixo de adorá-los e sempre que passo perto de onde os possa encontrar telefono-lhes. Não estou á espera de recuperar a cumplicidade que tive com eles. Sei que hoje também eles têm uma vida nova e novos amigos. E fico feliz por o saber.

Antes pensava que um bom amigo era aquele que se fazia para a vida inteira. Hoje, depois de ter deixado muitos para trás, tenho a certeza que um bom amigo é aquele de quem não nos esquecemos. Eles podem se afastar, podem ter novos cúmplices, podem mudar tanto ao ponto de os acharmos [terrivelmente] diferentes e de considerarmos impossível reatar a velha amizade. Os grandes amigos são um exemplo perfeito da teoria da relatividade aplicada à vida real: as amizades só fazem sentido num determinado contexto mas, não nos podemos esquecer, que a nossa realidade actual foi construída com base nas nossas vivências. E a pessoa que hoje somos deve-se acima de tudo aos contributos dos nossos grandes amigos que nos apoiaram para chegarmos aqui. E esta é para mim a definição de um grande amigo. Um grande amigo é aquele que passou pela minha vida mas deixou um rasto profundo e aconteça o que acontecer não posso deixar de me sentir grato por isso.

terça-feira, março 01, 2005

Just part of growing up

Estava eu aqui há dias, numa das minhas sessões de conversas cruzadas do msn, quando numa das janelas a conversa tomou este rumo:

Manelito says:

tu tens pilhas duracel

Manelito says:

ele não

Manelito says:

tadinho

you never loose... says:

nao som pilhas duracelll e um a cultura diferente

you never loose... says:

eu: estou cansado , mais prefero esquecerlo e nao dessirlo e passarlo bem , e nao chatear a ninguem com o meu cansancio sobre tudo se só te vejo ao fds nao vou ir e decirte, fogo estou mole e cansada

you never loose... says:

portugues: actitude fds: fogo tou tao cansado de trabalhar durante a semana, hoje dormi 12 horas, dormi de mais agora estou mais cansado, fogo estou tao mole

Apesar de o portunhol ser uma língua muito ampla e pouco difundida, o que implica alguma complexidade na interpretação da conversa, não pude deixar de me envergonhar com o que ele disse. Afinal de contas quem é que não conhece alguém que sofra dos mesmos sintomas? Eu, aqui que ninguém me ouve, passo alguns fins-de-semana deprimido porque acordei tarde, mole e simplesmente não fiz nada para inverter a situação.

O problema começa quando olhamos à nossa volta e nos apercebemos que realmente este é um sentimento generalizado. Raras são as pessoas que não sofrem com estes sintomas. Ao ponto de ficarmos assustados quando nos começamos a envergonhar de nos sentirmos bem. Não acreditam? Imaginem este início de conversa:

X says:
Então e como foi o teu sábado?
Manelito says:
Olha de manha fui correr, depois passei em casa da minha tia, almocei e de tarde andei a ver se avançava um pouco nas obras da parede do quarto e agora estou a escrever um post para o blog. E o teu?
X says:
O meu foi a mesma coisa de sempre. Levantei-me tarde. Almocei. Estive deitado no sofá a ver um dvd. Adormeci. E agora estou para aqui mole, cansado e aborrecido.

Uma pessoa até se sente mal de dizer que está cansada mas que se sente bem. E então quando perguntamos a alguém aborrecido porque não saiu? Ou porque não fez uma coisa qualquer? A resposta não está muito longe do “Não tive paciência.”. E o mais impressionante é quando ouvimos comentários do género: “Não sei como é que tu tens paciência para esses Blog’s” ou “Eu não sei como é que andas a fazer essas obras. Eu acho tão aborrecido pintar” vindos de pessoas que se acabaram de lamentar de não ter nada para fazer.

A verdade seja dita, tal como toda a gente, eu tenho uma tendência enorme para ficar a um canto aborrecido, triste, a pensar e acima de tudo a ter pena de mim próprio. Ou em casos extremos chego a cultivar o sentimento de inveja com pensamentos do tipo de: “Quem me dera ser como o outro que agora está divertido”.

Se me permitem, passo a citar umas das muitas frases memoráveis do filme “The Crow” onde o barão do crime organizado diz: “Nós sabemos que chegamos a uma fase adulta no dia em que tomamos consciência que um dia vamos morrer”. Depois de ouvir isto, cheguei à conclusão que era altura de crescer e tornar-me pró-activo. Criei o blog, pintei o escritório, estuquei a parede do quarto, dei cimento no armário da casa de banho, encerei o carro e convidei os meus amigos para uma conversa entre outras coisas. E mesmo sabendo que isto não é uma vida cheia de aventuras senti-me contente. Pois estas tarefas, além de serem bem mais económicas que andar a passear, ocupam-me o espírito e enriquecem-me a mente. Ou seja, sempre vou aprendendo qualquer coisa nova, não tenho tempo para ter pena de mim próprio, não ando tão aborrecido e no final do dia: não contagio ninguém com o meu mau humor.

Por fim gostaria só de dizer que o primeiro excerto apresentado é verídico. Os outros são baseados em factos verídicos que aconteceram ao longo de muitas conversas. Não quero magoar ninguém, nem quero que ninguém me imite, apenas digo isto para aprenderem mais um pouco sobre mim.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Uma pequena homenagem

O q tu queres sei eu, pah... says:

Confesso q nc tinha visto o teu blog

O q tu queres sei eu, pah... says:

Mas ta fixe

O q tu queres sei eu, pah... says:

Até ao dia de ontem eu tinha a certeza que era um estudante, hoje não me sei definir

Manelito: says:

:$

Manelito: says:

hummm

O q tu queres sei eu, pah... says:

é claro q te sabes definir

O q tu queres sei eu, pah... says:

Tu és um gajo porreiro ponto final

O q tu queres sei eu, pah... says:

Deixa me lá ler o resto

E foi assim que, aqui há uns dias, começou mais uma sessão de chat no MSN. No início pensei que se tratava de apenas mais uma conversa comum, igual a tantas outras que já tive e que vou vir a ter. Mas, passadas umas quantas mensagens instantâneas, percebi que esta conversa seria diferente. Uma vez mais fui surpreendido. Fiquei surpreso com algumas das afirmações que fez e ainda mais com a quantidade de post’s que ele leu.

Quando publico um post é claro que espero que o leiam. Como disse um dia Rodrigo Moita de Deus:
“Escrever deve ser por isso um dos exercícios supremos do egoísmo. Escreve-se porque gostamos de nos ler a nós próprios e porque adoramos que nos leiam. […] É uma espécie de auto-satisfação. Gosto disso. Vou ser escritor.”
Só me resta acrescentar ao autor: “ Vou criar o meu próprio blog.” Ou melhor: “ Já tenho o meu blog.”

Mas, o meu gosto pela escrita, não tem a ver unicamente com a alimentação do meu ego. A principal razão que me levou a criar um blog têm a ver com o facto de eu conseguir traduzir mais facilmente aquilo que me vai na alma em caracteres do que em sons. Por muito que eu, literalmente, me “esprema” nos momentos mais importantes, a minha boca mexe-se, os meus lábio tomam forma, mas o som não sai e as palavras ficam perdidas dentro de mim. Assim, através destes post’s, as pessoas podem me conhecer um pouco melhor, podem ler as coisas que eu penso mas tenho dificuldade em dizer. Como tal fico muito contente quando sei que lêem o que eu escrevi, nomeadamente o caso do Luís que referi no inicio do post.

Já agora não posso deixar passar esta oportunidade para agradecer a todas as pessoas que leram e que ainda lêem o que eu escrevo. E, só para que conste no registo, eu ando a tentar sintetizar os meus pensamentos com o objectivo de tornar os post’s mais curtos e menos chatos.

Por fim dedico este post ao Luís que me avisou que ia andar de olho no blog. E assim, de uma forma singela, gostaria de prestar uma homenagem a este Gajo Porreiro que um dia entrou na minha vida, com o numero 3277, e que com o seu jeito distraído, descontraído e despistado encontrou em diferentes situações as palavras que eu precisava ouvir, deixando-me com duvidas se alguma vez terá percebido de que forma as suas palavras foram importantes para mim. Como foi, uma vez mais, o caso desta nossa ultima conversa via MSN.
For you: just a big thank YOU!

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Vazio interior...

Ontem recebi a nota que tanto esperava. O professor, sabendo que nestas alturas a nota não é o importante, disse simplesmente: “Safou-se. Acabou!” E foi assim que eu recebi a noticia que hoje sou engenheiro.

Acho que toda a gente estava à espera que eu ficasse radiante, desse pulos de alegria ou me atirasse ao chão a rir histericamente, que fosse a correr convidar toda a gente para um copo, mas não, senti-me vazio. Fiquei num estado muito próximo ao deprimido. Senti-me perdido. Até ao dia de ontem eu tinha a certeza que era um estudante, hoje não me sei definir. Ainda não deixei de ser estudante porque vou continuar a estudar. Mas ao mesmo tempo já posso exercer e quero ser um bom profissional. Mas entretanto estou só à procura de um emprego. Ou de um estágio. Nem sei bem que oportunidade me vai aparecer.

E agora, quando me aparece nos formulários profissão, o que é que eu escrevo? Estudante? Trabalhador-estudante? Engenheiro? Mas eu neste momento não faço nada. E pior é que eu não tenho ideia do que vai ser o meu dia de amanha. Vou ficar na mesma escola? Vou mudar de escola?

Tantas perguntas que estão a encher a minha cabeça que neste momento está numa fase em que metade dos meus neurónios está demasiado velho e cansado para pensar, devido à época de exames, e a outra metade está demasiadamente jovem e sem experiência para eu poder acreditar naquilo que me dizem.

Esta deveria ser uma época de reflexão pensar naquilo que aprendi de importante, no que fiz de mal e no que no futuro tentarei não repetir. Mas acho melhor não pensar muito no assunto. Afinal o mais importante que aprendi não vinha no plano curricular e cada vez que me lembro que quando entrei para a faculdade com 17 anos vinha com tantos objectivos traçados e acima de tudo tantas datas limites que eu não consegui cumprir ainda me sinto mais deprimido. Mas nada melhor que seguir a boa filosofia do português: “Vamos deixar o tempo passar que a solução dos problemas vão acabar por aparecer.”. E, apesar de me sentir mal por pensar assim, só me resta pensar no caso de um dos meus grandes amigos que ontem chumbou no exame e tem a vida tramada por mais um semestre e perceber que a minha situação podia ser bem pior.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

One more Quiz

HASH(0x89ba33c)

You are Lust!
Sexy!! But they say that theres such a thing as too much of a good thing. You have sex on the brain, and it doesn't stay just there for long. Passionate, Fiery - and most certainly confident. You're a fun loving, spontaneous person who is always up for a laugh. People however, have trouble keeping up with you. You're sex crazy, and perhaps need to tone it down a bit! learn a little self control!
But, Hey, Congratulations on being the Sexiest Red Hot deadly sin out of all the 7...


Agora fazia-me falta um smile corado! Estava à espera de ser a gula ou a preguiça mas pelos vistos estava errado.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Oprah Show

Hoje acordei ansioso! É já depois de amanhã que tenho o meu exame de mecânica dos materiais e está muita coisa em jogo. Nunca mais chega a sábado de manhã para eu poder respirar normalmente outra vez. E para os que estão a pensar que “respirar normalmente” trata-se de uma figura de estilo enganam-se, é a expressão que traduz literalmente o que sinto.

Como normalmente acontece nestes dias, acordei cedo mas não me apeteceu mexer. Fiquei tão quietinho na cama que nem sequer me mexi para acender a televisão, mesmo sabendo que tinha o controlo remoto a escassos centímetros da minha mão. Fui me deixando ficar e rapidamente me dei de conta que passei cerca de uma hora e meia na mesma posição sem fazer nada. Então decidido a ganhar alguma energia levantei-me, fui comer, vesti o fato de treino e sai de casa para correr. Nem posso dizer que a corrida tenha sido muito boa pois devido à distensão muscular que fiz num pé, faz hoje oito dias, passado 12 minutos já estava a correr e coxear em simultâneo. Mas tendo em conta que isto me manteve fora de casa durante perto de três quartos de hora já cumpriu os meus objectivos.

Chegando a casa acendi a televisão e fui tomar um duche. Estava na banheira quando ouvi a melodia da “Oprah Show”. Dei um pulo da banheira e, ainda meio a pingar, sentei-me na cama a assistir ao talk show. O tema do dia era “Vidas Secretas” mas, durante a introdução, pensei que ia ser aborrecido pois a titulo introdutório foi abordado a vida de um politico que aos 43 anos, sendo casado e pai de três filhas, assumia em publico que era gay, foi abordado ainda um outro caso em que uma mulher descobriu, após 25 anos de casamento, que o marido tinha uma segunda família num outro estado, etc. e, tendo a conjuntura nacional, estou farto de ouvir falar da vida homossexual dos políticos bem como de quem pôs “os cornos” a quem, passo a expressão. Mas como adoro The Great O fiquei a assistir e, uma vez mais, esta mulher conseguiu surpreender-me. As três convidadas não vieram contar os pormenores das suas vidas sexuais, mas sim vieram apresentar um caso de um mulher, mãe de três crianças, com posses que era, utilizando os termos do programa, uma ladra compulsiva em lojas de conveniência e de outras duas mulheres que se renderam ao vicio do jogo e no qual jogaram o bem mais precioso que tinham: a sua dignidade.

A razão de escrever este post não tem a ver com o meu dia aborrecido, nem com a vida destas mulheres. Estou a escrever para explicar a razão porque idolatro esta mulher. Para mim a Oprah representa o expoente máximo de tolerância no ser humano. E, ao saber que é a apresentadora de um talk show mais bem paga no mundo, faz-me acreditar que cada um tem o que merece. É um caso em que a utopia tornar-se real. É preciso ter muita coragem para quando temos uma mulher (com poses) à nossa frente que foi presa, à frente do seu filho de sete anos, por ter roubado um frasco de maionese a olhar-mos nos seus olhos a tratarmos como uma igual. Rapidamente a audiência lembrou àqueles, que por momentos se possam ter esquecido, que roubar além de ilegal é imoral. Não nos podemos esquecer do que a igreja nos ensina “Não roubarás”, apesar de nunca nos lembrar-mos de que a mesma também defende que devemos "Amar o próximo". Mas Oprah, não escondendo a sua admiração, disse-lhe apenas que, à parte de não compreender o que podia levar uma pessoa a cometer um acto daqueles, gostaria que lhe explicasse o que é que a fazia voltar a roubar e como é que este ciclo começou. Isto é a tolerância: não julgar-mos e tentarmos perceber o que se passou e o como começou, todas as moedas têm uma face e um verso.

Moral do programa: Seja que vicio ou forma de vida for, o segredo é o que dá força à doença. O facto de fazermos as coisas às escondidas torna-nos vulneráveis. Se queremos lutar contra um vício ou contra a vulnerabilidade de uma vida secreta só nos resta assumirmo-nos e procurar-mos apoio.

Para finalizar vou tentar repetir as palavras que mais me emocionaram no programa. Oprah, apesar da facilidade e da credibilidade que tinha para julgar uma anónima como era o caso desta mulher, olhou-a nos olhos carinhosamente e disse simplesmente: “Tu és um exemplo de uma grande força interior. E para todas as pessoas que têm uma vida secreta e que as únicas duas saídas que encontram são, como os casos que hoje aqui apresentamos, assumir os seus erros ou acabar tudo com o suicídio então mais vale contar tudo. Não vale a pena estarem com medo de deixarem de ser amadas porque as pessoas, que realmente gostarem de vocês, vão vos continuar a amar e as que se afastarem nunca vos amaram. E só se assumindo é que poderão voltar a encontrar a paz interior.”

sábado, fevereiro 12, 2005

"Amor e Mentiras"

Não resisti! Eu ainda tentei seguir em frente mas acabei por voltar atrás. Era mais forte que eu! Mal o vi na estante desejei-o e depois, de saber o preço, um sentimento de necessidade de possuir aquele objecto tomou conta de mim. Lá tive que o trazer comigo. E desta forma hoje aumentei a minha pequena colecção de livros sobre a guerra dos sexos.

É fantástico o facto de que apesar dos homens e das mulheres pertencerem à mesma raça conseguirem interpretar a mesma situação de forma tão diferente e mais interessante ainda é tentarmos definir os géneros com base na sua psicologia. Estes, juntamente com a minha necessidade de me compreender a mim próprio, são os temas que fazem de mim um apaixonado pela psicologia dos géneros. Vou aproveitar para vos deixar uma das minhas citações preferidas e assim espero vos ilustrara complexidade do ser humano enquanto homem (com h pequeno) ou mulher:

“J.Money sublinhou que é mais fácil «fazer» uma mulher do que um homem. […] Já em 1959, a psicóloga americana Ruth Hartley concluía que o rapazinho se define, antes de mais, negativamente: «Os machos aprendem geralmente o que não devem ser para serem masculinos, antes de aprenderem o que podem ser…Muitos rapazes definem, simplesmente, a masculinidade, como o que não é feminino» […] Por três vezes, para afirmar a sua identidade masculina, terá de se convencer e de convencer os outros que não é mulher, nem um bebé, nem um homossexual.”

In: Badinter, Elisabeth – XY A identidade Masculina – Edições Asa

“XY A identidade Masculina” é, sem dúvida, o meu preferido nesta colecção. Afinal como podemos compreender o sexo oposto, se não nos compreendemos a nós próprios, aptoveitando as palavras da autora:

“«Durante longos anos, tinha para im que a mulher era o mistério absoluto. Hoje, é a mim, enquanto homem, que tenho dificuldade em compreender... Creio que posso compreender para que serve uma mulher, mas um home, para que serve ele em vigor? O que significa: Eu sou homem?»”

In: Badinter, Elisabeth – XY A identidade Masculina – Edições Asa

E a nova aquisição será a minha próxima leitura! Tenho a expectativa que seja uma obra: leve, interessante, divertida e perspicaz. Mas de qualquer forma quando acabar a sua leitura de certo publicarei um post com as minhas opiniões. Entretanto deixo-vos um excerto da contracapa:

“AMOR E MENTIRAS é o primeiro título de uma colecção com o mesmo nome que, brincando com as características mais típicas do homem e da mulher do século. XXI, pretende fazer-nos reflectir um pouco sobre os nossos sentimentos, atitudes e opções de vida.”

In: Mckinley, Deborah – Amor e Mentiras – Prefácio


domingo, fevereiro 06, 2005

Just a Quiz

goodbye
You have a goodbye kiss- much passion and longing,
but never lasting.


What kind of kiss are you?
brought to you by Quizilla

Dos resultados que obtive hoje, este foi aquele que achei que valia a pena publicar pois quer me parecer que os meus beijos são como as minhas relações: muita paixão e muito desejo, mas de longevidade curta. Mas estou na esperança de ter conhecido alguém que inverta este presságio.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Depois êxito literário que Dan Brown conseguiu atingir ao publicar "O código Da Vinci" era complicado, senão impossível, eu controlar a minha curiosidade e deixar de ler este livro. Afinal a controvérsia levantada sobre a sexualidade de um dos Génios da humanidade não me era indiferente.

“Apesar do seu génio visionário, era homossexual assumido e um adorador da divina ordem da natureza, dois «crimes» que o colocam em perpétuo estado de pecado contra Deus.”
Brown, Dan – O código Da Vinci – Bertrand

A leitura da obra, apesar de ter superado as expectativas, não foi suficiente para matar a curiosidade que se tornou proporcional à admiração que eu sinto pela personalidade de Leonardo.

Lembro-me perfeitamente de andar no sétimo ano de receber uma proposta para fazer um estudo sobre uma personagem histórica à minha escolha. Num dos acasos da minha vida escolhi Leonardo e apesar de ter sido nesse dia que nasceu a minha admiração pela sua obra só com o alarido levantado à volta de Brown é que me interessei pela sua biografia. Neste momento tenho como livros de mesa-de-cabeceira os “Apontamentos de Cozinha de Leonardo Da Vinci” de Shelagh e Jonathan Routh e “Uma recordação de infância de Leonardo Da Vinci” de Sigmund Freud. Não pretendo tornar-me um perito no seu registo biográfico, simplesmente compreender um pouco do homem que está atrás da obra.

Quando conheci as suas obras de arte achei que ele tinha sido um grande artista, quando conheci os seus estudos científicos considerei-o um grande artista-cientista, quando li acerca dos seus projectos de engenharia considerei-o um grande artista-cientista-engenheiro. Depois de conhecer um pouco do homem atrás das obras e ler pequenos apontamentos como o seguinte considero-o simplesmente um Génio.

Sobre o Pão e a Carne
Tenho andado a pensar em pegar num bocado de pão e colocá-lo entre dois bocados de carne. Que designação deverei, no entanto, dar a tal prato?
[…]

Sobre o Pão e a Carne (II)
Tenho continuado a pensar no pão e na carne. E se colocasse a carne entre dois bocados de pão? Que nome deveria dar a esse prato?”
Routh, Shelagh e Jonathan – Apontamentos de Cozinha de Leonardo Da Vinci – Atena

Quanto ao facto de ele ser ou não gay não tirei conclusões, apesar de ter um life style alternativo para a época e de ter sido acusado de ter relações homossexuais proibidas não considero isso seja relevante numa vida que dedicou ao estudo do mundo. São apenas rótulos e estereótipos criados por sociedades. Sociedades estas que, antes de julgarem um homem por ser homossexual, têm que aprender com o testemunho de Leonardo o verdadeiro significado da aceitação:

«Nessuma cosa si può amare nè odiare, se prima non si há cognition di quella.»

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Hoje, na minha ronda diária pela blogosfera, encontrei um post no blog http://assumidamente.blogspot.com/ que sem crer me veio justificar uma resposta que eu dei um dia destes. Vinha eu da escola com um colega quando este me perguntou se já me tinha decidido em quem ia votar nestas próximas eleições. A minha resposta, para alguém que tenha a mesma dúvida, é a seguinte: Infelizmente por estar muito longe da minha freguesia não vou poder exercer os deveres de cidadão.Mas se votasse, apesar de não ter uma cor preferencial, acho não teria que pensar para decidir se apoiava o Santana Lopes ou o José Sócrates. Pela campanha de cada partido podemos ter a noção da maturidade do seu dirigente e quando olhamos para uma campanha em que o nosso futuro (esperemos que ex-) Primeiro-ministro nos apresenta um slogan em que a melhor táctica de ataque à oposição é questionar se "Sabem mesmo quem é?" . E dias depois em pleno comício de pré-campanha consegue chamar “mariquinhas” a José Sócrates, de uma forma politicamente correcta, dizendo que numa escola quando as crianças convidam ou outra para ir brincar e esta têm medo, "chamam-lhe nomes, e têm razão" para isso. Eu não posso deixar de dar razão a Santana Lopes. È verdade! O homem realmente percebe do que diz. Por isso espero que no próximo dia 20, Santana Lopes, tenha oportunidade de exercer o cargo para o qual as suas qualificações melhor se adequam: um cargo na direcção de um Jardim Infantil onde poderá dirigir com as suas, já carismáticas, atitudes infantis.

Gostaria só de salientar que é triste num pais em que diariamente se ouve falar no corte das verbas para a educação, para a cultura e para outros n ministérios essenciais para o seu desenvolvimento se possa ler noticias destas no Correio da Manhã: Campanha sem controlo nos gastos . Por fim gostaria só de aqui deixar a transcrição integral do artigo brilhante que Ana Sá Lopes escreveu para o Público:


Este Homem Já Sabem Quem É
Por Ana Sá Lopes
Domingo, 30 de Janeiro de 2005

O fim político de Santana Lopes - que diariamente agoniza aos nossos olhos - está a ser uma tragédia: o homem está a morrer no circo, ao estilo de sacrifício romano. Já nada lhe resta, os sucessores sucedem-se diariamente no PSD, perdeu o parceiro de coligação que descola a todo o vapor do mais patético primeiro-ministro que Portugal conheceu nos anos de democracia e, provavelmente, enlouqueceu. A pantomina da democracia portuguesa iniciada em Julho passado assume agora foros de irrealidade: o homem já não tem nada para vender. Resta-lhe o currículo conhecido do eleitorado através das "revistas do coração", onde se passeava semana sim semana não - foi casado várias vezes, namorou algumas raparigas. Ontem lançou o mais estranho mote da campanha eleitoral: votem em mim porque eu gosto de raparigas. Chegámos ao patamar que nunca pensámos atingir na política. Só um miserável - e quem é Santana Lopes, neste momento do campeonato, senão um pobre despojado de qualquer bem válido para a polis? - pode utilizar em comícios, como aquele em que ontem participou, com 1000 mulheres, em Braga, o facto de ser aquilo a que se chama, em alguma gíria, "um femeeiro”.

Já tínhamos visto o absurdo de políticos desesperados a utilizar a estabilidade familiar como argumento de campanha - que foi o que João Soares fez contra o próprio Santana Lopes na campanha de Lisboa. Agora, vem o primeiro-ministro de Portugal rodear-se de mulheres que dizem que ele é "conhecido pela sua natureza sedutora" e "ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras". O fervor homofóbico é espantoso e quase irreal. Num comício de Lopes grita-se: "Bem hajam os homens que amam as mulheres!". E o primeiro-ministro candidato a novo mandato diz que "o outro candidato tem outros colos" e que "estes colos sabem bem".


Já nada Lopes tem para oferecer: com a credibilidade política de rastos, atira-nos um cartaz para a frente que diz "Este homem sabe o que é". Saberá? Nós sabemos. É o que Jorge Sampaio, com o apoio generalizado do país, mandou para a rua por falta de credibilidade e incompetência manifesta. Afinal, é mais o quê? Um "femeeiro". É este o currículo que Santana Lopes agora transformou em arma eleitoral: namorou com várias mulheres. Mais de 30? Menos de 100? Só um louco descontrolado traz esta matéria para a campanha, mas de Santana Lopes tudo se pode esperar - eventualmente até um "strip-tease" no comício de encerramento.


Nada mais resta a Santana Lopes. Tem o corpo, e só o corpo, à venda no dia 20 de Fevereiro. Mas o mais provável é que, ao fim da noite, o corpo já seja um cadáver.