domingo, março 06, 2005

Louco Por Saias

Ramster, Jonh – Edições Asa

Esta obra relata a vida de Simon. Um homossexual, à beira do seu trigésimo primeiro aniversário, cuja vida amorosa sempre se revelou desastrosa devida ao facto da sua tendência obsessiva para se apaixonar pelos seus melhores amigos que são heterossexuais. Mas, com a proximidade do seu aniversário, a confusão instala-se quando Simon começa a sentir-se atraído por uma mulher. Após a hesitação inicial, a personagem toma a grande decisão decidindo assumir a heterossexualidade perante o grupo de amigos e assumindo uma relação com a mulher que amava. Mas ainda não seria com esta relação que a nossa personagem teria o seu final feliz. Depois de muitos encontros e desencontros, depois de imensas confusões Simon acaba por se apaixonar e por se comprometer com a mulher que o faria muito feliz dando um filho mas, essa não era de forma alguma, a mulher que ele alguma vez pensou ser a certa para ele.

O autor, durante toda a história, consegue prender a atenção do leitor, através de uma trama envolvente, mas sempre de uma forma descontraída e divertida. A obra é marcante acima de tudo pela visão despreconceituosa de uma vida e pelo humor discreto mas inteligente. Deixo algumas das críticas que o livro recebeu:

«Um romance que desafia as regras»

The Times

«Tão neurótico e obcecado como Woody Allen»

Independent on Sunday

«Uma pedrada no charco do politicamente correcto»

Evening Standard

E agora algumas citações da obra para abrir o apetite:

«A maior parte das pessoas ilude-se, pensando que está a jogar à Fidelidade, quando na realidade está a jogar à Monogamia em série, um simples jogo de damas quando comparado com o jogo de xadrez. […]
a) Dorme-se com uma de cada vez.
b) Iludimo-nos, pensando que estamos apaixonados.
c) Convencemo-nos de que queremos ficar com elas para sempre.»

« - Quanto tempo andas-te com ela? - perguntei.
- O costume. Um par de noites. Lembro-me de acordar na segunda noite a pensar «Estou apaixonado», mas ela acordou e disse-me: «Vou emigrar para a Nova Zelândia».
Desatei a rir. O Collum pareceu ofendido e o Patrick olhou-me com reprovação, bebeu o fino de trago e deu uma palmada no ombro do Callum, dizendo-lhe para o consular: - Ena, essa foi lixada, Cal, lamento.»

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