sexta-feira, março 04, 2005

Just part of growing up II

Ontem, estava eu no meu momento cibernético, quando um amigo meu avisou-me para eu não o aborrecer depois de ler o post novo que publicara. A princípio não percebi que queria dizer com aquilo mas, para esclarecer duvidas, nada melhor que ler o que o rapaz tinha escrito.

Depois de ler e reler o texto e ainda com um certo receio de interpretar de forma errada o que ele quis dizer não posso deixar de reflectir sobre o assunto. E apesar de compreender a desilusão que ele está a sentir aceito o fenómeno como algo natural nos dias que correm.

Hoje, do topo dos meus 23 anos, olho para a minha vida e orgulho-me. Apesar de não ter uma grande quantidade de conhecidos e não ter uma vida social agitada, sempre consegui ter grandes amigos à minha volta. Considero-me uma pessoa muito feliz porque pude apoiar as pessoas de quem eu gosto e, nos meus momentos de fragilidade, também me senti apoiado. Mas, como considero normal acontecer, a maior parte das cumplicidades, que fazem parte do meu passado, hoje não são mais que boas recordações. O tempo passa, os lugares transformam-se, as pessoas evoluem, as mentalidades mudam e novos desafios são-nos propostos. Aqueles que foram um dia os meus grandes amigos, hoje são recordações associadas a fragmentos de informação que vou recolhendo. Sei onde moram, sei o que fazem e sei mais alguns pormenores das suas vidas mas mesmo estas informações por vezes ficam desactualizadas devido aos longos períodos que passam sem conversarmos. Mas não deixo de adorá-los e sempre que passo perto de onde os possa encontrar telefono-lhes. Não estou á espera de recuperar a cumplicidade que tive com eles. Sei que hoje também eles têm uma vida nova e novos amigos. E fico feliz por o saber.

Antes pensava que um bom amigo era aquele que se fazia para a vida inteira. Hoje, depois de ter deixado muitos para trás, tenho a certeza que um bom amigo é aquele de quem não nos esquecemos. Eles podem se afastar, podem ter novos cúmplices, podem mudar tanto ao ponto de os acharmos [terrivelmente] diferentes e de considerarmos impossível reatar a velha amizade. Os grandes amigos são um exemplo perfeito da teoria da relatividade aplicada à vida real: as amizades só fazem sentido num determinado contexto mas, não nos podemos esquecer, que a nossa realidade actual foi construída com base nas nossas vivências. E a pessoa que hoje somos deve-se acima de tudo aos contributos dos nossos grandes amigos que nos apoiaram para chegarmos aqui. E esta é para mim a definição de um grande amigo. Um grande amigo é aquele que passou pela minha vida mas deixou um rasto profundo e aconteça o que acontecer não posso deixar de me sentir grato por isso.

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