terça-feira, fevereiro 01, 2005

Hoje, na minha ronda diária pela blogosfera, encontrei um post no blog http://assumidamente.blogspot.com/ que sem crer me veio justificar uma resposta que eu dei um dia destes. Vinha eu da escola com um colega quando este me perguntou se já me tinha decidido em quem ia votar nestas próximas eleições. A minha resposta, para alguém que tenha a mesma dúvida, é a seguinte: Infelizmente por estar muito longe da minha freguesia não vou poder exercer os deveres de cidadão.Mas se votasse, apesar de não ter uma cor preferencial, acho não teria que pensar para decidir se apoiava o Santana Lopes ou o José Sócrates. Pela campanha de cada partido podemos ter a noção da maturidade do seu dirigente e quando olhamos para uma campanha em que o nosso futuro (esperemos que ex-) Primeiro-ministro nos apresenta um slogan em que a melhor táctica de ataque à oposição é questionar se "Sabem mesmo quem é?" . E dias depois em pleno comício de pré-campanha consegue chamar “mariquinhas” a José Sócrates, de uma forma politicamente correcta, dizendo que numa escola quando as crianças convidam ou outra para ir brincar e esta têm medo, "chamam-lhe nomes, e têm razão" para isso. Eu não posso deixar de dar razão a Santana Lopes. È verdade! O homem realmente percebe do que diz. Por isso espero que no próximo dia 20, Santana Lopes, tenha oportunidade de exercer o cargo para o qual as suas qualificações melhor se adequam: um cargo na direcção de um Jardim Infantil onde poderá dirigir com as suas, já carismáticas, atitudes infantis.

Gostaria só de salientar que é triste num pais em que diariamente se ouve falar no corte das verbas para a educação, para a cultura e para outros n ministérios essenciais para o seu desenvolvimento se possa ler noticias destas no Correio da Manhã: Campanha sem controlo nos gastos . Por fim gostaria só de aqui deixar a transcrição integral do artigo brilhante que Ana Sá Lopes escreveu para o Público:


Este Homem Já Sabem Quem É
Por Ana Sá Lopes
Domingo, 30 de Janeiro de 2005

O fim político de Santana Lopes - que diariamente agoniza aos nossos olhos - está a ser uma tragédia: o homem está a morrer no circo, ao estilo de sacrifício romano. Já nada lhe resta, os sucessores sucedem-se diariamente no PSD, perdeu o parceiro de coligação que descola a todo o vapor do mais patético primeiro-ministro que Portugal conheceu nos anos de democracia e, provavelmente, enlouqueceu. A pantomina da democracia portuguesa iniciada em Julho passado assume agora foros de irrealidade: o homem já não tem nada para vender. Resta-lhe o currículo conhecido do eleitorado através das "revistas do coração", onde se passeava semana sim semana não - foi casado várias vezes, namorou algumas raparigas. Ontem lançou o mais estranho mote da campanha eleitoral: votem em mim porque eu gosto de raparigas. Chegámos ao patamar que nunca pensámos atingir na política. Só um miserável - e quem é Santana Lopes, neste momento do campeonato, senão um pobre despojado de qualquer bem válido para a polis? - pode utilizar em comícios, como aquele em que ontem participou, com 1000 mulheres, em Braga, o facto de ser aquilo a que se chama, em alguma gíria, "um femeeiro”.

Já tínhamos visto o absurdo de políticos desesperados a utilizar a estabilidade familiar como argumento de campanha - que foi o que João Soares fez contra o próprio Santana Lopes na campanha de Lisboa. Agora, vem o primeiro-ministro de Portugal rodear-se de mulheres que dizem que ele é "conhecido pela sua natureza sedutora" e "ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras". O fervor homofóbico é espantoso e quase irreal. Num comício de Lopes grita-se: "Bem hajam os homens que amam as mulheres!". E o primeiro-ministro candidato a novo mandato diz que "o outro candidato tem outros colos" e que "estes colos sabem bem".


Já nada Lopes tem para oferecer: com a credibilidade política de rastos, atira-nos um cartaz para a frente que diz "Este homem sabe o que é". Saberá? Nós sabemos. É o que Jorge Sampaio, com o apoio generalizado do país, mandou para a rua por falta de credibilidade e incompetência manifesta. Afinal, é mais o quê? Um "femeeiro". É este o currículo que Santana Lopes agora transformou em arma eleitoral: namorou com várias mulheres. Mais de 30? Menos de 100? Só um louco descontrolado traz esta matéria para a campanha, mas de Santana Lopes tudo se pode esperar - eventualmente até um "strip-tease" no comício de encerramento.


Nada mais resta a Santana Lopes. Tem o corpo, e só o corpo, à venda no dia 20 de Fevereiro. Mas o mais provável é que, ao fim da noite, o corpo já seja um cadáver.

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