quarta-feira, março 16, 2005

Sondagem

Estamos em fase de remodelação de imagem. E como o assunto do momento é as eleições que passaram e as autárquicas que se aproximam, gostaria de vos desafiar a dar a vossa opinião. Por isso deixem um comentário ou digam qualquer coisa pelo msn para me ajudarem a escolher o novo visual.

A opção 1 é:













A opção 2 é a seguinte foto:


Descobri uns novos blog’s interessantes. Por isso a lista de bog’s também foi actualizada.

sábado, março 12, 2005

Nova filosofia de vida

Já passou algum tempo deste a ultima vez que eu publiquei um post. Esta última semana tem sido muito confusa. Por um lado tenho vivido as situações muito intensamente mas por outro sinto-me amarrado e perdido. São perto das três da manha e eu não consigo adormecer, o estômago anda às voltas, o peito parece ser pequeno para receber o ar que eu preciso para respirar, os músculos do pescoço e dos ombros estão tão tensos que, até o facto da almofada ser fofa e deixar a cabeça ligeiramente inclinada, ficam doridos, o meus neurónios estão a trabalhar no red-line e tudo isto porque um sentimento de ansiedade está a tomar conta de mim.

No dia dez deste mês fez dois meses que eu regressei da Madeira e que eu iniciei este blog, com um post que só veio a ser publicado a trinta de Janeiro, e que fazia referência às minhas resoluções para os primeiros meses do ano. Chega a altura de reflexão. Recapitulando, as minhas resoluções foram: controlar as contas, manter a casa arrumada, comer mais vezes em casa, controlar o tempo que passo na internet e manter este blog. Estou contente porque consegui atingir os meus objectivos, com excepção da parte referente a manter a casa arrumada. E acreditem que não foi por falta de arrumação mas com obras em curso e com a minha cabeça a duzentos à hora é impossível eu manter a casa arrumada.

Para este segundo perido bimestral do ano, as minhas resoluções passam, antes de mais, por continuar a cumprir as resoluções do primeiro trimestre, continuar a praticar exercício físico (aumentando a intensidade) e manter a minha cabeça ocupada. Não gosto de objectivos a longo prazo, são mais fazeis de fazer e mais fazeis de esquecer. No início do ano quando aqui cheguei vinha cheio de certezas, neste momento, estou cheio de incertezas. Ando à procura de trabalho e estou a pensar em mudar de escola. Não quando vou começar a trabalhar, não sei onde, não sei com que horário, não sei para que escola quero ir, não sei se vão aceitar a minha candidatura, etc.. A minha vida está prestes a sofrer uma grande mudança.

Mas perder tempo a pensar no assunto não me vai ajudar em nada. Por isso decidi que vou fazer tudo para manter a cabeça ocupada, o corpo em movimento e o espírito feliz. Já iniciei um novo projecto de remodelação e estou a tentar terminar as obras na casa de banho. A minha casa já parece as filmagens do “Querido mudei a casa!”. Em paralelo tenho feito algum exercício físico para manter uma cabeça insana num corpo são. E por fim, mas não menos importante, estou com intenções de me inscrever num curso de “Escrita Criativa” e tentar realizar um sonho de criança. Imaginem que até voltei a utilizar o meu caderno de capa preta.

A minha filosofia de vida neste momento é: “Já que não posso fazer nada para alterar a minha situação então vou fazer tudo para vivê-la em grande estilo.”

domingo, março 06, 2005

Louco Por Saias

Ramster, Jonh – Edições Asa

Esta obra relata a vida de Simon. Um homossexual, à beira do seu trigésimo primeiro aniversário, cuja vida amorosa sempre se revelou desastrosa devida ao facto da sua tendência obsessiva para se apaixonar pelos seus melhores amigos que são heterossexuais. Mas, com a proximidade do seu aniversário, a confusão instala-se quando Simon começa a sentir-se atraído por uma mulher. Após a hesitação inicial, a personagem toma a grande decisão decidindo assumir a heterossexualidade perante o grupo de amigos e assumindo uma relação com a mulher que amava. Mas ainda não seria com esta relação que a nossa personagem teria o seu final feliz. Depois de muitos encontros e desencontros, depois de imensas confusões Simon acaba por se apaixonar e por se comprometer com a mulher que o faria muito feliz dando um filho mas, essa não era de forma alguma, a mulher que ele alguma vez pensou ser a certa para ele.

O autor, durante toda a história, consegue prender a atenção do leitor, através de uma trama envolvente, mas sempre de uma forma descontraída e divertida. A obra é marcante acima de tudo pela visão despreconceituosa de uma vida e pelo humor discreto mas inteligente. Deixo algumas das críticas que o livro recebeu:

«Um romance que desafia as regras»

The Times

«Tão neurótico e obcecado como Woody Allen»

Independent on Sunday

«Uma pedrada no charco do politicamente correcto»

Evening Standard

E agora algumas citações da obra para abrir o apetite:

«A maior parte das pessoas ilude-se, pensando que está a jogar à Fidelidade, quando na realidade está a jogar à Monogamia em série, um simples jogo de damas quando comparado com o jogo de xadrez. […]
a) Dorme-se com uma de cada vez.
b) Iludimo-nos, pensando que estamos apaixonados.
c) Convencemo-nos de que queremos ficar com elas para sempre.»

« - Quanto tempo andas-te com ela? - perguntei.
- O costume. Um par de noites. Lembro-me de acordar na segunda noite a pensar «Estou apaixonado», mas ela acordou e disse-me: «Vou emigrar para a Nova Zelândia».
Desatei a rir. O Collum pareceu ofendido e o Patrick olhou-me com reprovação, bebeu o fino de trago e deu uma palmada no ombro do Callum, dizendo-lhe para o consular: - Ena, essa foi lixada, Cal, lamento.»

sexta-feira, março 04, 2005

Just part of growing up II

Ontem, estava eu no meu momento cibernético, quando um amigo meu avisou-me para eu não o aborrecer depois de ler o post novo que publicara. A princípio não percebi que queria dizer com aquilo mas, para esclarecer duvidas, nada melhor que ler o que o rapaz tinha escrito.

Depois de ler e reler o texto e ainda com um certo receio de interpretar de forma errada o que ele quis dizer não posso deixar de reflectir sobre o assunto. E apesar de compreender a desilusão que ele está a sentir aceito o fenómeno como algo natural nos dias que correm.

Hoje, do topo dos meus 23 anos, olho para a minha vida e orgulho-me. Apesar de não ter uma grande quantidade de conhecidos e não ter uma vida social agitada, sempre consegui ter grandes amigos à minha volta. Considero-me uma pessoa muito feliz porque pude apoiar as pessoas de quem eu gosto e, nos meus momentos de fragilidade, também me senti apoiado. Mas, como considero normal acontecer, a maior parte das cumplicidades, que fazem parte do meu passado, hoje não são mais que boas recordações. O tempo passa, os lugares transformam-se, as pessoas evoluem, as mentalidades mudam e novos desafios são-nos propostos. Aqueles que foram um dia os meus grandes amigos, hoje são recordações associadas a fragmentos de informação que vou recolhendo. Sei onde moram, sei o que fazem e sei mais alguns pormenores das suas vidas mas mesmo estas informações por vezes ficam desactualizadas devido aos longos períodos que passam sem conversarmos. Mas não deixo de adorá-los e sempre que passo perto de onde os possa encontrar telefono-lhes. Não estou á espera de recuperar a cumplicidade que tive com eles. Sei que hoje também eles têm uma vida nova e novos amigos. E fico feliz por o saber.

Antes pensava que um bom amigo era aquele que se fazia para a vida inteira. Hoje, depois de ter deixado muitos para trás, tenho a certeza que um bom amigo é aquele de quem não nos esquecemos. Eles podem se afastar, podem ter novos cúmplices, podem mudar tanto ao ponto de os acharmos [terrivelmente] diferentes e de considerarmos impossível reatar a velha amizade. Os grandes amigos são um exemplo perfeito da teoria da relatividade aplicada à vida real: as amizades só fazem sentido num determinado contexto mas, não nos podemos esquecer, que a nossa realidade actual foi construída com base nas nossas vivências. E a pessoa que hoje somos deve-se acima de tudo aos contributos dos nossos grandes amigos que nos apoiaram para chegarmos aqui. E esta é para mim a definição de um grande amigo. Um grande amigo é aquele que passou pela minha vida mas deixou um rasto profundo e aconteça o que acontecer não posso deixar de me sentir grato por isso.

terça-feira, março 01, 2005

Just part of growing up

Estava eu aqui há dias, numa das minhas sessões de conversas cruzadas do msn, quando numa das janelas a conversa tomou este rumo:

Manelito says:

tu tens pilhas duracel

Manelito says:

ele não

Manelito says:

tadinho

you never loose... says:

nao som pilhas duracelll e um a cultura diferente

you never loose... says:

eu: estou cansado , mais prefero esquecerlo e nao dessirlo e passarlo bem , e nao chatear a ninguem com o meu cansancio sobre tudo se só te vejo ao fds nao vou ir e decirte, fogo estou mole e cansada

you never loose... says:

portugues: actitude fds: fogo tou tao cansado de trabalhar durante a semana, hoje dormi 12 horas, dormi de mais agora estou mais cansado, fogo estou tao mole

Apesar de o portunhol ser uma língua muito ampla e pouco difundida, o que implica alguma complexidade na interpretação da conversa, não pude deixar de me envergonhar com o que ele disse. Afinal de contas quem é que não conhece alguém que sofra dos mesmos sintomas? Eu, aqui que ninguém me ouve, passo alguns fins-de-semana deprimido porque acordei tarde, mole e simplesmente não fiz nada para inverter a situação.

O problema começa quando olhamos à nossa volta e nos apercebemos que realmente este é um sentimento generalizado. Raras são as pessoas que não sofrem com estes sintomas. Ao ponto de ficarmos assustados quando nos começamos a envergonhar de nos sentirmos bem. Não acreditam? Imaginem este início de conversa:

X says:
Então e como foi o teu sábado?
Manelito says:
Olha de manha fui correr, depois passei em casa da minha tia, almocei e de tarde andei a ver se avançava um pouco nas obras da parede do quarto e agora estou a escrever um post para o blog. E o teu?
X says:
O meu foi a mesma coisa de sempre. Levantei-me tarde. Almocei. Estive deitado no sofá a ver um dvd. Adormeci. E agora estou para aqui mole, cansado e aborrecido.

Uma pessoa até se sente mal de dizer que está cansada mas que se sente bem. E então quando perguntamos a alguém aborrecido porque não saiu? Ou porque não fez uma coisa qualquer? A resposta não está muito longe do “Não tive paciência.”. E o mais impressionante é quando ouvimos comentários do género: “Não sei como é que tu tens paciência para esses Blog’s” ou “Eu não sei como é que andas a fazer essas obras. Eu acho tão aborrecido pintar” vindos de pessoas que se acabaram de lamentar de não ter nada para fazer.

A verdade seja dita, tal como toda a gente, eu tenho uma tendência enorme para ficar a um canto aborrecido, triste, a pensar e acima de tudo a ter pena de mim próprio. Ou em casos extremos chego a cultivar o sentimento de inveja com pensamentos do tipo de: “Quem me dera ser como o outro que agora está divertido”.

Se me permitem, passo a citar umas das muitas frases memoráveis do filme “The Crow” onde o barão do crime organizado diz: “Nós sabemos que chegamos a uma fase adulta no dia em que tomamos consciência que um dia vamos morrer”. Depois de ouvir isto, cheguei à conclusão que era altura de crescer e tornar-me pró-activo. Criei o blog, pintei o escritório, estuquei a parede do quarto, dei cimento no armário da casa de banho, encerei o carro e convidei os meus amigos para uma conversa entre outras coisas. E mesmo sabendo que isto não é uma vida cheia de aventuras senti-me contente. Pois estas tarefas, além de serem bem mais económicas que andar a passear, ocupam-me o espírito e enriquecem-me a mente. Ou seja, sempre vou aprendendo qualquer coisa nova, não tenho tempo para ter pena de mim próprio, não ando tão aborrecido e no final do dia: não contagio ninguém com o meu mau humor.

Por fim gostaria só de dizer que o primeiro excerto apresentado é verídico. Os outros são baseados em factos verídicos que aconteceram ao longo de muitas conversas. Não quero magoar ninguém, nem quero que ninguém me imite, apenas digo isto para aprenderem mais um pouco sobre mim.